segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Hasta la vista silício.

É senhoras e senhores, parece que o nome "vale do silício" precisa de revisão.



 Os avanços cada vez maiores da eletrônica orgânica, estão levando a eletrônica até então governada pelo todo poderoso silício a seguir caminhos de maior valência. A nanotecnologia fina e pesada de empresas como a Nokia e a Samsung aliadas a versatilidade dos compostos do carbono está tornando possível o desenvolvimento de uma eletrônica dobrável, transparente, reciclável e de utilizações virtualmente infinitas até então.
Os generais dessa revolução industrial prestes a acontecer são os polímeros eletroativos, estudados desde a década de 60, esses compostos exibem uma região vazia em seus orbitais antiligantes criando interações pi alternadas em suas macromoléculas dando a esses um caráter semicondutor e muitas vezes condutores. Plástico não serve só como isolante, esse mundo tá realmente perdido né mesmo? Os circuitos e o funcionamento de toda parafernalha tecnológica que nós adoramos não mudou nadinha, apenas sua matriz material está sendo mudada.
Até então, os principais alvos desse exército liderado pelo já presente e poderoso carbono são células fotovoltáicas de rendimento maior, de baixo custo e sem o problema da rigidez que as placas inorgânicas apresentam hoje. Um prédio, transporte ou qualquer outra coisa pode ser recoberto por esses dispositivos fotoelétricos movidos a carbono e aproveitar com maior eficiência da tão desperdiçada energia solar. Um outro campo bastante visado são os displays eletronicos flexiveis e cada vez mais finos e resistentes, os OLEDs (organic light emissor diodes) e as tintas eletroluminescentes tomarão o lugar dos displays baseados em LEDs, LCD e plasma em menos tempo do que podemos imaginar. E claro, temos a parte mais técnica da coisa toda o tal do sensoriamento, os lasers ganharam um aliado poderoso, a leitura in loco.
Isso é apenas uma pequena amostra das maravilhas que a eletrônica orgânica tem a oferecer. E para quem acha que isso está longe de acontecer vejam no youtube a proposta do Nokia Morph se acharem que é apenas uma idéia saibam que protótipos já estão em fases finais de setup e checkup e que o mercado receberá essa bomba em menos de 2 anos.
Mas amantes do silício não devem ficar chateados pois esse elemento será parte da tecnologia humana por muito tempo e em muitos pontos não pode ser substituído quando se trata de computação quântica e processos mais e mais pesados, afinal nem todos os LUMO (lower unocupied molecular orbital) exibidos pelos polímeros eletroativos podem igualar a valencia e eletropositividade colossal do silício.
Que a força esteja com todos vocês.

Palada